Arborização na Ilha
O conjunto das partes superiores das bacias principais da ilha de Santo Antão, acima da linha de nível de 1000 metros chama-se Planalto leste. Esta unidade geográfica foi declarada reserva florestal onde todos os terrenos deveriam estar sob o regime florestal, desde 1º de Janeiro de 1990. O planalto Leste pode ser dividido em três zonas fito-climatográficas a saber: zona úmida, zona sub-úmida e zona semi-árida. Cada zona tem seu próprio clima o que traz por sua vez demandas específicas à vegetação. Por razão de não ter uma vegetação mais desenvolvida do que uma mata de arbustos anões, o que foi uma vez oprimida pela super-apascentamento do gado caprino durante séculos, os resposáveis florestais tinham desde o ano de 1948 a idéia de arborizar o Planalto Leste e outras zonas da ilha. Só em 1952 que começaram com este trabalho e introduziram quantidades de espécies lenhosas de outros países. Nesta época as espécies vieram sobretudo da Europa mediterrânea e das colónias de Portugal e do Brazil. Os Portugueses começaram os esforço de arborização numa época relativamente úmida. Primeiramente tentaram aflorestar a zona de Mesa, Estação Exprimental de Fomento Agrário, situada acima de Porto Novo, sob influência da monção no verão, mas no sotavento dos ventos alísios durante a maior parte do ano. No entanto houveram precipitações até 1600mm anual.
Também tentaram aflorestar alguns terrenos na parte nordeste da ilha nos arredores da vila da Ribeira Grande e vila Maria Pia (hoje Ponta do Sol), a Baldia, (agora aeroporto), Manuel Joelho, Órgãos e Ladeira Santíssima Nome. O último ano desta época ja mostrou um declínio das chuvas Sahelianas, po mais de uma década. Todas as plantações feitas nas áreas mencionadas malograram.Nem uma árvore ficou na zona de Mesa, Ponta do Sol, exceto Povoação(Vila da Ribeira Grande). Manuel de Joelhos e Ladeira de Santíssima Nome ainda têm restos desta obra de arborização.
Na zona chamada Morossos a Missão escolhera quatro núcleos para arborizar. Todos sofrendo de erosão exorbitante e sem qualquer vegetação durante amaioria do ano. Trata-se dos núcleo de Água das Caldeiras (Lombo Pelado, Pedra rachada), Ribeirão fundo, Lombo de Figueira,Pico da cruz e Pêro Dias (Lombo Perdias). Por estar situado no Barlavento dos ventos alísios na zona fito-geográfica chamada úmida, muitas espécies lenhosas sobreviveram a seca, mesmo algumas espécies do clima temperado como o Castanheiro (Castanea sativa) em Pêro Dias e sobreiro (Quercus suber) em Água das caldeiras. Hoje em dia estes núcleos estão bem coberto com uma vegetação florestal, o que por sua vez atrai mais água pela intercepção das nuvens e dos nevoeiros.
Os Holandeses começaram em 1983 com um projecto de desenvolvimento rural integral do Planalto Leste. Introduziram também alguns arbustos e árvores novos, sobretudo do gênero Acacia da Austrália e da África. Estas espécies foram plantadas ensaios de eliminação, nos anos de 1984-1985. Os resultados foram descritos no documento do trabalho nº 1 do SARDEP.

ALGUMAS ESPÉCIES LENHOSAS INSERIDAS NA ILHA
Mimosa (Acácia)
Acacia Albida; Acacia Aneura; Acacia Brachystachya; Acacia Calamifolia;
Gideon van Melle